A química expressa na cultura indígena: o ensino de química baseado na pintura corporal.
Resumo
A lei 11.645 publicada em 10 de março de 2008 tornou obrigatório nas redes básicas
de ensino a temática “História e Cultura Afro-Brasileira e Indígena”. A busca por
alternativas para incorporar o conhecimento científico, que inclui conteúdo de química,
com a valorização da diversidade de saberes indígenas e de vivência dos educandos
e a multiculturalidade, tornaram-se pertinentes desde então. Dessa forma, o presente
trabalho tem como objetivo propor uma oficina temática. A fim de alcançá-lo foram
analisados aspectos de uma aula contextualizada, aplicada em uma turma de 3o ano
de ensino médio de uma Escola Estadual do município de Duque de Caxias, sobre os
principais corantes naturais presentes na cultura indígena, contidas no urucum e
jenipapo, empregados nas pinturas corporais, como embasamento para o ensino da
Química Orgânica. Questionários qualitativos foram aplicados ao final da aula para
que houvesse um levantamento de dados afim de investigar a metodologia utilizada.
Ao final, foi proposta a elaboração de uma oficina para futura aplicação com base na
análise dos dados. Os resultados obtidos com o desenvolvimento da aula indicam que
a inserção da temática cultura indígena nas aulas de Química Orgânica viabilizou a
melhor compreensão de assuntos como classificação das cadeias carbônicas,
entendimento do grafismo indígena como forma de expressão e sua importância
cultural, além da percepção de que a Química está ao redor de todos nós. As
atividades desenvolvidas proporcionaram um contato direto dos estudantes com os
corantes naturais e a cultura indígena, o que propiciou um ensino mais
contextualizado e uma melhor assimilação do conhecimento. A fim de aperfeiçoar o
entrelaçamento entre a temática e o conteúdo foi proposta uma oficina.