A química dos gostos: o uso de uma oficina temática para contextualizar as propriedades bioquímicas e físico-químicas de substâncias junto a alunos do Ensino Médio.
Resumo
A pesquisa envolvendo o Ensino da Química tem revelado formas alternativas, interessantes e viáveis para o processo de ensino e aprendizagem. Estas, quando utilizadas adequadamente, podem esclarecer conteúdos de forma contextualizada e/ou multidisciplinar, promovendo melhor eficácia. Diante disto, o presente projeto teve com proposta o desenvolvimento de uma oficina temática tendo como foco os “Gostos dos alimentos”, e cujo principal objetivo foi trabalhar as propriedades físico-químicas
de algumas substâncias encontradas nos alimentos. A ideia central foi explorar o sentido paladar, sua percepção a partir dos gostos doce, salgado, amargo, azedo e umami, e abordar propriedades físico-químicas como solubilidade, geometria molecular, polaridade e interações intermoleculares das substâncias envolvidas. A relevância do projeto está associada à possibilidade de integração de conteúdos normalmente tratados de forma desconectada, além de promover sua contextualização, já que os gostos estão intimamente associados à alimentação e são utilizados estrategicamente pelas indústrias de alimentos para atrair o
consumidor. Na literatura, diversos autores divergem quanto existência de quimiorreceptores em regiões específicas da língua, comumente associados a um mapeamento. Esta discussão serviu de ponto de partida para a exploração da temática, sendo utilizado o próprio refeitório das escolas envolvidas no projeto, e ingredientes simples como: sal, açúcar, café solúvel, limão e realçador de sabor de carnes. A oficina foi trabalhada em duas turmas de Ensino Médio/Técnico do Instituto Federal de Ciência, Educação e Tecnologia do Rio de Janeiro, campus Duque de Caxias. Como resultado do projeto, obtivemos uma divisão de opiniões sobre a veracidade do mapa da língua, apesar da pesquisa realizada junto a um questionário, ter revelado que a maioria dos estudantes relacionou a sensação dos gostos pesquisados a mais de uma região da língua. Os estudantes também
conseguiram relacionar a relevância do estudo das propriedades físico-químicas das substâncias associado ao tema, além de terem apreciado a dinâmica fora do ambiente de sala de aula.
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