Associação entre desempenho funcional dos membros inferiores, sexo, nível de atividade física e intensidade da dor em pacientes com dor patelofemoral.
Resumo
Introdução: A Dor Patelofemoral (DPF) se caracteriza como dor na região frontal
do joelho, e possui prevalência elevada entre adultos e adolescentes. Essa
condição restringe a funcionalidade afetando tarefas físicas diárias. Entretanto,
não há um consenso a respeito da correlação da DPF com o nível de atividade
física, desempenho do membro inferior ou o sexo prevalente, por exemplo.
Objetivo: Verificar a correlação entre a incapacidade autorreferida e o
desempenho físico-funcional com o sexo, nível de atividade física e a intensidade
da dor em pacientes com DPF. Metodologia: Estudo observacional de análise
secundária ao banco de dados de 48 pacientes com DPF. Os participantes
preencheram uma ficha com aspectos de estilo de vida, incluindo prática de
atividade física e dados de caracterização da amostra como sexo e idade. O
desempenho funcional foi avaliado a partir do Questionário de Desordens
Patelofemorais, baseado no Kujala Scoring, e pelos testes de desempenho físico
Y-Balance Test e Single Leg Triple Hop Test (SLTHT). A intensidade de dor no
momento da avalição foi registrada com a sexta pergunta que compõe o Brief
Pain Inventory (BPI). Resultados: Participaram do estudo 30 homens e 18
mulheres com diagnóstico de DPF, com média de idade de 31 anos. Foi
observado correlação positiva entre a incapacidade autorreferida e o baixo nível
de atividade física (r= 0,30, p < 0,05), e relação negativa com a intensidade de
dor no momento da avaliação (r= -0,402, p < 0,01). O Y-Balance Test e a
frequência de atividade física apresentaram relação positiva nas direções de
alcance póstero medial (r= 0,35, p < 0,05) e póstero lateral (r= 0,35, p < 0,05). O
SLTHT se correlacionou positivamente com a frequência de atividade física (r=
0,46, p = p < 0,01) e negativamente ao sexo (r= -0,720, p < 0,001). Conclusão:
Mulheres com DPF possuem maior limitação funcional quando comparadas a
homens na mesma condição. A funcionalidade esteve moderadamente
relacionada ao tempo de dedicação a atividade física semanal em pacientes com
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DPF. Além disso, participantes com maiores níveis de dor apresentaram maiores
limitações funcionais considerando o autorrelato do paciente.