Profilaxia pré-exposição do HIV no Brasil: contextualização, planejamento de moléculas e desafios.
Abstract
O vírus da imunodeficiência humana (HIV) é o agente etiológico da síndrome da
imunodeficiência adquirida (SIDA) e é considerado um problema de saúde pública. O
tratamento é realizado por meio de combinações de fármacos a fim de atingir mais do
que uma etapa do ciclo de replicação viral, evitando a resistência. A adesão ao
tratamento é um dos limitantes na estabilização da doença. No cotidiano, algumas
pessoas se encontram em situações vulneráveis que são diariamente expostas ao
vírus do HIV, tais como usuários de drogas, profissionais do sexo, profissionais da
saúde e casais soro discordantes. Contudo, existem algumas estratégias para
prevenção da infecção pelo HIV, tais como uso de preservativo, campanhas
educacionais, ampliação dos testes de HIV, prescrição e recomendação de
medicamentos antirretrovirais para pessoas infectadas que consequentemente
podem diminuir o risco de transmissão. A profilaxia pré-exposição (PrEP) se justifica
para esses indivíduos que possuem maior risco de contaminação ou exposição ao
vírus. Estudos foram realizados para comprovação da eficácia de PrEP que hoje em
dia é oferecida pelo Sistema Único de Saúde (SUS) na forma de comprimidos orais
contendo fumarato de tenofovir disoproxila e emtricitabina. Outra proposta é a injeção
de longa duração de Cabotegravir, onde o Brasil já participou de ensaios que
apresentaram resultados promissores. No entanto, é necessária uma constante
atualização das opções terapêuticas e, para isso, o entendimento da rota sintética,
mecanismo de ação e características dos fármacos utilizados na PrEP são de grande
valia para o planejamento de novas terapias. Desta forma, o objetivo deste trabalho
foi realizar uma revisão bibliográfica a fim de entender e atualizar acerca da síntese,
características e planejamento dos fármacos utilizados na profilaxia pré-exposição
frente ao HIV-1 no Brasil. A metodologia do trabalho consistiu nas seguintes bases de
dados eletrônicas: Pubmed, SciELO e Google Acadêmico. Além da utilização de
parâmetros abordados no SwissADME que descrevem propriedades físico-químicas
dos fármacos. A coleta de dados ocorreu no período de novembro de 2021 a julho de
2022. Como resultado a revisão bibliográfica foi possível entender sobre a primeira
síntese de cada fármaco, como também o mecanismo de ação e seus efeitos no
organismo. Sendo uma importante ferramenta para o planejamento futuro e de
melhoria de fármacos já existentes.