Interações medicamentosas com antimicrobianos utilizados em Unidade de Terapia Intensiva: uma breve revisão de literatura.
Abstract
Interações medicamentosas (IMs) são eventos em que os efeitos de um
determinado fármaco podem ser alterados pela presença de outro fármaco, podendo
ter um aumento na sua toxicidade ou redução dos seus efeitos terapêuticos,
afetando diretamente o tratamento do paciente (BERTOLLO; DEMARTINI; PIATO,
2013). Essas interações podem ser classificadas como farmacocinéticas,
farmacodinâmicas ou farmacêuticas (físico-químicas) e podem ser classificadas
também quanto a sua gravidade, podendo ser leve, moderada, grave ou
contraindicada. O risco de ocorrência de IM cresce proporcionalmente ao número de
fármacos que é prescrito ao paciente. Em Unidades de Terapia Intensiva (UTIs),
devido a complexidade no tratamento ao paciente no estado grave, o número de
medicamentos por paciente é maior, podendo chegar à média de 15 medicamentos
por paciente e, na maioria das vezes, esses medicamentos são administrados
simultaneamente, logo, pacientes internados em UTI apresentam um maior risco de
ocorrência de IM (MOURA et al., 2016; SILVA; DAMASCENA, 2017; TINIDO;
LOPES-ORTIZ, 2020). Os antimicrobianos são uma das classes terapêuticas mais
prescritas em hospitais, principalmente em UTIs, tanto para tratamento de infecções
quanto para uso profilático, sendo eles participantes de grande parte das interações
medicamentosas que ocorrem neste setor. A ocorrência de interações
medicamentosas interfere na terapêutica do paciente, podendo trazer riscos a sua
saúde, pois muitos fármacos podem ter sua toxicidade aumentada ou até mesmo
não ter o efeito terapêutico esperado, ocasionando um aumento no tempo de
internação do paciente e também nos custos do seu tratamento. Deste modo, o
presente trabalho teve como objetivo realizar uma revisão da literatura sobre as
principais e as mais frequentes IMs que ocorrem em UTIs, envolvendo a classe dos
antimicrobianos. Este trabalho teve também como objetivo discutir sobre a
classificação e os mecanismos de interação, além de ressaltar o papel do
farmacêutico clínico dentro das Unidades de Terapia Intensiva e sua importância na
diminuição das interações medicamentosas e suas consequências.