O que sabemos e como sabemos sobre África? - Experiências da docência no ensino de geografia
Resumo
Ao direcionar a experiência docente, aporte teórico, e abordagens no livro didático sobre o
continente africano, foi possível constatar a contradição escalar de um espaço geográfico
múltiplo em seus contextos e tempos históricos, sendo observado pela perspectiva do
subdesenvolvimento, conflitos armados e estereótipos e bem pouco observado a partir de suas
práticas culturais. A metodologia foi elaborada a partir de análise de conteúdos de livros do
ensino fundamental (8º ano) e médio (1º e 3ºano) com relatos da experiência na docência em
geografia, atrelada a autores que promovam a discussão acerca de experiência (Larossa,
2002), sobre o debate das relações étnico-raciais e sua lei como garantia (Ratts, 2010) e
(Emerson,2011); também com as perspectivas dos estudos culturais e o currículo (Silva,
2002), entre outros (as). Tendo em vista o percurso reflexivo constituído, considera-se que a
valorização e reprodução do racismo no espaço escolar devem alcançar sujeitos com poder de
decisão no referido espaço, isto é, direção e coordenação e estar em sintonia com professores
(as) e demais trabalhadores (as) da comunidade escolar. A promulgação da lei 10. 639 que
torna obrigatório o ensino da história e cultura afro-brasileira e africana nas redes públicas e
particulares da educação, favorece que meios pedagógicos – especificamente o livro didático
– sejam preponderantes para o aprofundamento e a aproximação ao continente africano, além
do debate sobre relações étnico raciais no Brasil. Contudo, o assentimento à referida lei
firma-se no compromisso ético de inseri-la junto à vida escolar na formação dos sujeitos.