dc.description.abstract | Nesta pesquisa, buscamos questionar estereótipos e preconceitos com relação à cultura
africana, além de compreender quais as possíveis contribuições do ensino de Artes Visuais
para a valorização das artes africanas. Inicialmente procuramos perceber a colaboração do
ensino da disciplina de Artes na valorização do multiculturalismo e de uma educação que
considere a diversidade. Essas contribuições poderiam se dar a partir do tripé proposto por
Barbosa (1998), que sugere um ensino de Artes Visuais mais completo, pautado na fruição, na
leitura de imagens, na contextualização histórica e na produção artística. Entretanto, as
dificuldades enfrentadas para um ensino que reconheça o multiculturalismo e as diversidades
são variadas. O preconceito, o racismo, a intolerância são alguns desses obstáculos
encontrados nas salas de aula e salientados por autores como Siquara (2013) e Prisco (2013).
Assim, como uma tentativa de diminuir esses estereótipos e preconceitos, propusemos, numa
das turmas de Ensino Fundamental II de uma escola municipal de Duque de Caxias (RJ), uma
sequência de atividades pautada no alfabetismo visual, a partir da observação dos elementos
básicos da linguagem visual das máscaras africanas, traçando paralelos com pinturas cubistas
de Picasso. Na experiência, que é relatada neste trabalho, levamos os alunos à reflexão sobre
semelhanças e diferenças entre as obras apresentadas, questionando-os sobre as possíveis
razões para o Cubismo de Picasso ser valorizado e reconhecido, ao contrário das obras
africanas, sendo que ambas possuem inúmeros elementos visuais em comum. A partir dos
referenciais e da atividade realizada em sala de aula, comprovou-se um preconceito racial
latente em nossa sociedade e a necessidade de ações educativas permanentes que valorizem o
multiculturalismo. | pt_BR |