Adesão ao exercício domiciliar em pessoas com desordens musculoesqueléticas: uma revisão guarda-chuva.
Abstract
Introdução: As desordens musculoesqueléticas se relacionam com limitações
funcionais e perda de produtividade onde a população afetada pode apresentar
condição de dor, lesões e/ou doenças degenerativas. Como medida de
enfrentamento consolidado na literatura, a reabilitação através do exercício
terapêutico promove benefícios a curto, médio e longo prazo e modifica os
desfechos de dor e função física. Sujeitar indivíduos com desordem
musculoesquelética à programas de exercícios domiciliares é uma alternativa
que desempenha benefícios a longo prazo e estimula o autogerenciamento da
saúde. Para que o programa de exercícios físicos domiciliares tenha resultados
satisfatórios é importante que ocorra a adesão. Entretanto, a adesão pode ser
influenciada por fatores pessoais e ambientais que podem levar a uma baixa
adesão aos exercícios físicos domiciliares. Objetivo: Identificar na literatura os
fatores que estão associados à baixa adesão aos exercícios domiciliares
prescritos para pacientes que sofrem com as limitações funcionais das
desordens musculoesqueléticas. Metodologia: foi realizada uma revisão
sistemática seguindo recomendações do PRISMA (Preferred Reporting Items
for Systematic Reviews and Meta-Analyses). Resultados: Foram encontrados
168 artigos que continham os descritores pré-estabelecidos pelo estudo, 163
foram excluídos por não se enquadrar em critérios pré-estabelecidos e se
distanciar do tema e 5 estudos foram selecionados. A avaliação da qualidade
metodológica foi feita através do AMSTAR. As desordens musculoesqueléticas
encontradas foram: escoliose idiopática, síndrome da dor patelofemoral, ombro
congelado idiopático, pós-operatório de ombro, doenças musculoesqueléticas
crônicas e dor musculoesquelética de forma abrangente. Os tipos de exercícios
físicos abordados comumente relatados foram alongamento e fortalecimento,
além de exercícios multimodais, controle motor, aeróbico, postural e yoga.
Quatro estudos apresentaram relato da prescrição de exercícios domiciliares e
presença de fatores de barreiras para a adesão. Os fatores de barreira
intrínsecos para o exercício domiciliar foram: baixa autoeficácia, baixa auto
motivação, comportamento de adesão anterior, atitudes e crenças
inadequadas, maior idade, presença de comorbidades, baixo nível
socioeconômico, dor, depressão e ansiedade. Os fatores de barreira
extrínsecos para o exercício domiciliar foram: estabelecimento de metas
compartilhadas, falta de entendimento dos benefícios do exercício e ausência
de apoio social. Conclusão: A atual revisão conseguiu elencar as barreiras
para adesão da pessoa com desordem musculoesquelética ao exercício
terapêutico, porém, novas pesquisas se fazem necessárias para alimentar a
literatura sobre a adesão de exercícios domiciliares.