A dança como estratégia de intervenção na doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC).
Resumo
A doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) é uma doença respiratória
prevenível e tratável, que tem como importante característica a obstrução do fluxo
aéreo e como principais sintomas dispnéia, tosse e expectoração. Seu tratamento
inicial envolve, dentre outras coisas, a prática frequente de atividades físicas. A partir
daí é possível pensar em diferentes atividades que sejam possíveis neste contexto,
sendo uma delas a dança. Esta pode ser uma atividade lúdica e prazerosa, com
benefícios sociais, emocionais e cognitivos e com vantagens de criar relações
interpessoais, ter boa taxa de adesão e não exigir muitos recursos materiais. Com o
objetivo de identificar os efeitos da dança no tratamento de pacientes com DPOC
sobre os componentes da funcionalidade e dos fatores contextuais destes
indivíduos, a presente revisão integrativa foi realizada em duas etapas de busca. A
primeira nas bases de dados pré-selecionadas e a outra com estratégia bola de
neve a partir dos estudos triados na primeira etapa. Foram selecionados para a
análise 5 trabalhos, publicados entre os anos de 2019 e 2022. Apenas um deles tem
qualidade metodológica moderada, enquanto os outros se enquadram em baixa ou
muito baixa. Observou-se melhora significativa para sintomas da doença e sua
repercussão nas atividades de vida diária e capacidade funcional, além de uma
menor taxa de re-hospitalização. Entretanto, não houve mudança significativa nos
resultados para ansiedade, depressão, qualidade de vida, força muscular,
mobilidade e consciência corporal. Tendo em vista a pouca quantidade de trabalhos
(principalmente de ensaios clínicos) e a baixa qualidade metodológica dos trabalhos
existentes, é necessário que haja mais estudos acerca do assunto para que se
possa entender os reais efeitos e embasar a prescrição da dança como recurso
terapêutico, associado ao tratamento convencional, para este perfil de pacientes.