O impacto da pandemia de COVID-19, hábitos de vida e bem-estar psicológico dos alunos de graduação do IFRJ - Campos Realengo.
Abstract
A pandemia de COVID-19 foi, e ainda permanece, como um fator de estresse global, com grande necessidade de adaptação dos indivíduos. Esse cenário pode impactar estudantes do ensino superior, gerando déficits na saúde e bem-estar dessa população. Fatores protetivos, como a autoestima, por exemplo, têm sido estudados pela Psicologia Positiva como variáveis que produzem experiências de fortalecimento diante do risco de adoecimento, sendo capazes de prevenir aspectos negativos como a intolerância à incerteza e a desesperança. O objetivo deste trabalho foi comparar os hábitos de vida e a relação da experiência (percepção de impacto predominantemente positiva ou negativa) durante a pandemia de COVID- 19, com a autoestima (no contexto da Psicologia Positiva) e aspectos psicológicos negativos (intolerância à incerteza e desesperança) de alunos do Instituto Federal do Rio de Janeiro, Campus Realengo. 148 alunos do curso de graduação responderam, por meio da plataforma “Google Forms”, a um questionário sociodemográfico, sobre hábitos de vida e escalas de: Autoestima de Rosenberg, Intolerância à Incerteza, que é dividida em dois fatores (ansiedade inibitória e ansiedade prospectiva) e Desesperança, relacionados ao período de 03/2020 à 09/2021 da pandemia de COVID-19. A comparação entre as médias de pontuação das escalas mostrou que quanto maior o consumo de doces e alimentos industrializados, menor foi a média da autoestima e de intolerância à incerteza. Quanto menor a exposição ao sol e maior a percepção de estresse, maior a média de ansiedade prospectiva. A análise da relação do impacto com as escalas ficou inviabilizada por conta da grande diferença entre os grupos que relataram um predomínio negativo (n=139) frente ao positivo da pandemia (n=9). Possivelmente a baixa média de idade da amostra pode explicar, visto que a idade se correlacionou positivamente com a Escala de Autoestima e negativamente com a Escala de Intolerância à Incerteza. A baixa autoestima e alta intolerância à incerteza nos adultos jovens sinalizam a maior vulnerabilidade desse grupo e, consequentemente, a necessidade de aprimoramento e aplicação de novas estratégias de promoção de saúde mental para essa população.