DIABETES MELLITUS TIPO 2: risco de desenvolvimento de doenças cardiovasculares e principais interações medicamentosas associadas.
Resumo
Historicamente os adultos com diabete mellitus tipo 2 (DM2) têm uma maior taxa de
prevalência de doenças cardiovasculares (DCV) do que adultos sem diabetes e existem
fatores de riscos estabelecidos que aumentam as chances do acometimento de DCV nos
pacientes com DM2 como: hipertensão arterial sistêmica, obesidade, dislipidemia, história
familiar de doença coronariana prematura. O tratamento da DM2 é feito através de uma
politerapia, pois ele não abrange só o controle glicêmico como também trata as condições
associadas e rastreia as complicações relacionadas. Portanto, o objetivo deste trabalho foi
investigar a relação do diabetes mellitus tipo 2 com o risco de desenvolvimento de doenças
cardiovasculares e as principais interações medicamentosas associadas. Desta forma, foi
realizada uma pesquisa bibliográfica através da base de dados “Pubmed”, entre o período de
2018 a 2022. Para direcionar a busca utilizou-se os seguintes descritores: type 2 diabetes
mellitus, comorbidities, combination therapy, drug interaction e hypertension. Pôde-se
averiguar, através desta pesquisa, que as complicações cardiovasculares são uma das
principais causas de morte e incapacidade entre pessoas com DM e pode reduzir em até dez
anos a expectativa de vida desses pacientes. Em um estudo com 4.549.481 pessoas com
diagnóstico de diabete mellitus tipo 2 (DM2) a doença cardiovascular afetou cerca de 32,2%
do total de pacientes e foi a causa de morte em 9,9% dos pacientes. Dada a carga clínica que
as complicações cardiovasculares têm sobre os pacientes com DM, tem havido um foco maior
no manejo conjunto de DM e DCV, devido a esses riscos serem multifatoriais o tratamento
farmacológico previsto nas Diretrizes e Guidelines são através de hipoglicemiantes, anti-
hipertensivos, hipolipemiantes e antiplaquetários. Estudos apontam que a prevalência de
hipertensão em pacientes diabéticos é o dobro em comparação a não diabéticos e em uma
meta análise com intervalo de confiança de 95% observou-se que para cada 10 mmHg de
redução da pressão arterial sistêmica existe uma redução considerável para diversas
consequências entre eles: eventos cardiovasculares (0,89), doença coronariana (0,88) e
acidente vascular cerebral (0,73). Logo, o tratamento de paciente com DM e risco de
desenvolver DCV é feito através de uma politerapia que aumenta o risco de ocorrência de
interações medicamentosas, que é um importante problema relacionado a medicamentos.
Pesquisas apontam interações medicamentosas graves entre a metformina e ácido
acetilsalicílico (AAS), metformina e hidroclorotiazida, sinvastatina e anlodipino, entre outras
que resultam no aumento ou diminuição dos efeitos clínicos esperados, o que para esses
pacientes pode ser extremamente prejudicial e levar ao agravamento de sua condição clínica
e até mesmo ao abandono do tratamento. Diante disso, ainda são necessários estudos que
foquem no tratamento conjunto dessas condições clínicas no paciente com DM e direcione o
profissional da saúde em relação às interações medicamentosas possíveis na terapia
farmacológica.