O uso do suporte parcial de peso no treinamento da marcha em esteira para indivíduos com doença de parkinson: uma revisão integrativa

Abstract

A doença de Parkinson (DP) é ocasionada pela degeneração idiopática da substância negra mesencefálica, o que leva à depleção dopaminérgica, provocando sintomas motores e não motores. Das limitações de atividades encontradas nestes indivíduos, aquelas relacionadas à marcha são as mais comuns. Conforme a doença evolui, a marcha pode se tornar cada vez mais lenta e desequilibrada, aumentando o risco de quedas, restringindo a participação social e diminuindo a qualidade de vida desta população. Estudos têm relatado que o treinamento da marcha em esteira associado ao uso do suporte parcial de peso (SPP) promoveu aprimoramento dos padrões de marcha em pacientes que sofreram acidente vascular encefálico (AVC). Esta abordagem também seria eficaz no tratamento das alterações da marcha provocadas pela DP. Objetivo: Realizar uma revisão integrativa que teve como objetivos avaliar os impactos do uso do SPP no treinamento da marcha em indivíduos com DP nos desfechos status clínico da doença, capacidade funcional, medidas de equilíbrio e cinemática e variação angular da marcha, devido à pouca quantidade de estudos revisionais focando essa intervenção na doença de parkinson. Metodologia: Foi realizada uma revisão integrativa da literatura através da busca de artigos em base de dados eletrônicas, utilizando os seguintes descritores: "Body weigth support" and " Parkinson disease" e "Suporte parcial de peso" and "Doença de Parkinson" e suas combinações. Resultados e discussão: Foram incluídos nesta revisão 7 artigos que relataram os benefícios do SPP para as variáveis de status clínico da doença, capacidade funcional, medidas de equilíbrio e cinemática e variação angular da marcha. Os estudos foram conduzidos principalmente em indivíduos com grau moderado da DP na Hoehn & Yahr, dois estudos encontraram diminuição na pontuação total da UPDRS, quatro estudos encontraram aumento da pontuação da parte motora da UPDRS; três estudos avaliaram a velocidade e o desempenho da marcha; cinco estudos avaliaram a cinemática da marcha; dois avaliaram o equilíbrio. O SPP mostrou alterações positivas em todos os desfechos principalmente quando utilizado com 20% de suporte parcial e suporte crescente adicionado à fisioterapia motora. Conclusão: Pode-se concluir com esta revisão que o treinamento de marcha em esteira com suporte parcial de peso tem impacto positivo sobre status clínico da doença, capacidade funcional, medidas de equilíbrio e cinemática e variação angular da marcha em indivíduos com DP. Entretanto, são necessários mais estudos com seguimento para saber durante por quanto tempo os benefícios se mantém.