Atenção Farmacêutica aos surdos: Rompendo as barreiras da comunicação para promoção da saúde.
Resumo
No início do século XX, o farmacêutico era responsável por todas as etapas do ciclo
do medicamento. A farmácia clínica é resultado concreto de um movimento
profissional norte americano. A Atenção Farmacêutica é uma prática centrada no
paciente. O acesso a Atenção Farmacêutica não ocorre de forma igual quando se
trata de paciente com algum tipo de deficiência. O profissional farmacêutico pode e
deve exercer um papel importante no cuidado aos surdos. Desta forma, a presente
revisão bibliográfica objetiva apontar a importância da Atenção Farmacêutica
voltada para a comunidade surda. Uma quantidade considerável de estudos tanto
nacionais quanto internacionais observaram que os surdos possuem dificuldade em
ter acesso aos serviços de saúde devido as barreiras de comunicação. A maior
dificuldade para os surdos é explicar o que está acontecendo com sua saúde
durante um atendimento. Os profissionais de saúde por não terem conhecimento a
respeito da cultura e dos direitos da pessoa surda ficam limitados nas suas
atuações. São escassos os trabalhos científicos e publicações que discutem a
relação entre farmacêutico e o paciente surdo, mesmo esse profissional sendo o
mais capacitado para fornecer informações sobre os medicamentos. A escrita é a
forma mais utilizada pelos profissionais de saúde para se comunicarem com os
surdos, porém não é a mais segura, visto que muitos surdos não são alfabetizado
ou não compreendem bem a Língua Portuguesa. A presença de profissionais
tradutores/intérpretes de sinais nos serviços de saúde não garante a inclusão
efetiva, por não contribuir para a autonomia do paciente surdo. Em conclusão,
mesmo após a criação de leis e decretos que visam tornar inclusivo o acesso dos
surdos nos serviços de saúde, esses indivíduos ainda vivenciam situações
excludentes, sobretudo, à barreira comunicacional, que é consequência
principalmente da falta de propagação e do domínio da Libras pelos profissionais de
saúde. Sendo assim, uma estratégia para romper essas barreiras na comunicação
entre o surdo e o profissional de saúde é a inserção da Libras como disciplina
obrigatória nos cursos da saúde.