Dinapenia, sarcopenia, e sarcodinapenia associados às quedas em adultos mais velhos brasileiros: estudo longitudinal da saúde dos idosos.
Resumo
A ocorrência de quedas entre os idosos brasileiros tem representado um grande
problema de saúde pública devido à alta prevalência, gastos públicos e impacto na
vida do indivíduo. Entre os fatores intrínsecos associados às quedas, dinapenia,
sarcopenia e sarcodinapenia ainda não foram claramente discutidos na literatura. O
objetivo deste estudo foi investigar a prevalência de quedas e sua associação com
dinapenia, sarcopenia e sarcodinapenia em uma população de adultos mais velhos
brasileiros. Foram utilizados dados da linha de base do Estudo Longitudinal da
Saúde dos Idosos Brasileiros utilizando (ELSI-Brasil), conduzida entre 2015 e 2016.
Foram coletadas informações acerca de quedas nos últimos 12 meses, sendo
classificadas em queda única e recorrente (>2). As variáveis explicativas foram
dinapenia, sarcopenia e sarcodinapenia. Características sociodemográficas,
comportamentais e condições de saúde foram consideradas fatores de confusão. A
análise estatística foi baseada na regressão linear, obtendo-se odds ratio e intervalo
de 95% de confiança (IC95%). A proporção de adultos mais velhos com dinapenia
(23,3%) e sarcodinapenia (10,0%) foi mais elevada no grupo que relatou queda
recorrente e aqueles classificados com sarcopenia (10,7%) tiveram sua proporção
maior no grupo que referiu queda única. Após ajuste por sexo, idade, escolaridade,
etilismo, tabagismo, atividade física, artrite, depressão e limitação em ABVD, o relato
de queda recorrente esteve associado à dinapenia (OR: 2,10%; IC95% 1,69 - 2,61) e
sarcodinapenia (2,13%; IC95% 1,58 - 2,88). Os resultados deste estudo sugerem
que os idosos brasileiros com diagnóstico de dinapenia e sarcodinapenia tem mais
chances de cair duas ou mais vezes, comparado aos idosos não dinapênicos e não
sarcodinapênicos.