Manejo terapêutico da COVID-19 na população pediátrica: uma revisão da literatura.
Abstract
A COVID-19 é uma doença infecciosa causada pelo coronavírus SARS-CoV-2,
que desencadeia um espectro de doenças respiratórias e atinge indivíduos de
todas as idades. Altamente contagiosa, a doença se disseminou por todo o
mundo rapidamente, tendo sido declarada uma pandemia no Brasil em março
de 2020. Dentre os sintomas da infecção manifestados por pacientes
pediátricos, vale ressaltar os mais comuns como febre, coriza, tosse e dispneia.
Existem evidências acerca da prevalência de casos menos graves em
pacientes pediátricos, onde aproximadamente 90% desta população seja
diagnosticada de modo assintomático, leve ou moderado. Contudo, até 6,7%
dos casos podem ocorrer de forma grave, sendo relatadas ocorrências severas
como síndrome inflamatória multissistêmica pediátrica (SIM-P), síndrome do
desconforto respiratório agudo (SDRA), síndrome inflamatória multissistêmica
em crianças (MIS-C) e sepse. As primeiras informações descobertas acerca da
profilaxia são medidas não farmacológicas que seguem válidas nos dias atuais,
como uso adequado de máscara, higienização das mãos e distanciamento
social, ainda que o processo de vacinação mundial esteja progredindo. As
características epidemiológicas e a apresentação clínica da COVID-19 sofrem
atualizações diariamente. As abordagens de tratamento em pacientes
pediátricos ainda são escassas para garantir a eficácia e segurança de algum
protocolo terapêutico, principalmente quanto a limitações farmacocinéticas e
farmacodinâmicas. O que consta na literatura científica reflete uma maior
consistência na farmacoterapia adotada para adultos, sendo necessários
ajustes quando para uso pediátrico. Dentre os fármacos mais repetidos na
literatura, em geral, considera-se o uso de imunomoduladores como
dexametasona e tocilizumabe, além dos antivirais oseltamivir, remdesivir e
molnupiravir.