Funcionalidade de indevíduos adultos com lesão traumática de plexo braquial em um centro de reabilitação, Rio de Janeiro.

Abstract

Introdução: As Lesões Traumáticas de Plexo Braquial (LTPB) em adultos estão entre as principais consequências dos acidentes com motocicleta, atingindo principalmente adultos jovens entre 15 e 39 anos. Provocam diversas alterações nas funções e estruturas corporais, assim como limitação de atividades e restrição à participação, gerando repercussões na funcionalidade e qualidade de vida desses indivíduos. Objetivo: Identificar o perfil de funcionalidade de indivíduos adultos com LTPB atendidos em um centro de reabilitação no Rio de Janeiro. Metodologia: Estudo observacional do tipo transversal, seguindo as orientações e os requisitos do STrengthening the Reporting of OBservational studies in Epidemiology (STROBE). A coleta de dados ocorreu no ambulatório de Fisioterapia do Núcleo de Pesquisa em Neurociências e Reabilitação (NPNR), do Instituto de Neurologia Deolindo Couto (INDC), considerado um centro de referência para esta condição específica. A pesquisa se deu em duas etapas: i) aplicação do Instrumento de Avaliação da Funcionalidade de Indivíduos Adultos com Lesão Traumática de Plexo Braquial e ii) análise das características sociodemográficas da população. Resultados: Participaram do estudo 17 indivíduos com LTPB, 70,6% do sexo masculino, com idades entre 18 e 39 anos. As categorias de trabalho remunerado, escrever mensagens e realização de tarefas domésticas foram as que obtiveram maior percentual de prevalência de limitação/restrição com relação ao desempenho. No que concerne a capacidade, as categorias de levantar objetos e os carregar nos braços obtiveram limitação de 100%. Sobre os fatores ambientais, as categorias família imediata e serviços, sistemas e políticas de saúde foram totalmente facilitadoras. Conclusão: Através do instrumento utilizado, foi possível identificar o perfil de funcionalidade dessa população, analisando suas limitações de atividades e restrições à participação, através de qualificadores de capacidade e de desempenho, além da influência de fatores ambientais. Além disso, ficou evidente uma alta prevalência de limitação de atividade e restrição a participação no que tange a capacidade, atingindo uma prevalência de limitação/restrição de 100% em diversas tarefas. No entanto, no que se refere ao desempenho, a prevalência foi menor, chegando a 76,4% de limitação/restrição. Isso mostra, que em um ambiente real, com a influência de fatores ambientais, o indivíduo consegue desempenhar a tarefa, mesmo com um certo grau de dificuldade. No entanto, em um ambiente neutro, sem facilitadores, utilizando o membro superior afetado, o indivíduo possui uma grande dificuldade, muitas vezes não conseguindo executar a atividade/participação.