Haver existencial: uma contradição nas gramáticas tradicionais da língua materna
Resumen
Este trabalho tem o propósito de analisar o verbo haver, em seu sentido existencial, e como
se realiza sua concordância no plural. Esse questionamento despertou meu interesse pela
observação de que inúmeros falantes da língua materna, mesmo aqueles que são
considerados escolarizados, utilizam a flexão de número no plural, sendo o haver considerado
impessoal pela gramática normativa. Notei que essa pluralização significa que o falante
inconscientemente tem a sensação da existência de um sujeito onde, tradicionalmente, não
há. Para investigar os motivos que levam esse falante a agir dessa forma, utilizei os conceitos
do Sociofuncionalismo e da Linguística Sistêmico-Funcional, baseada nas concepções de
Halliday (HALLIDAY, 1994 apud CARMO SANTOS, 2008), por caracterizarem a teoria numa
perspectiva social, rompendo com os paradigmas do formalismo linguístico. Essas
perspectivas de estudo da linguagem, como uma atividade social, vão auxiliar a discussão
acerca do ensino da concordância do verbo haver, denominados pela GT como impessoal, e
como ocorrem essas concordâncias pelos falantes da língua em situações de usos reais. A
análise partiu de um exame da língua, ancorada na abordagem de Callou (2019), acerca do
verbo haver, apresentando situações comunicativas em ambiente informal – o gênero
FACEBOOK – e como se dá esse uso.
