| dc.description.abstract | No presente trabalho de conclusão de curso, visamos um ensino de E/LE pautado na
interculturalidade e repudio a discriminação. Para tanto, valendo-nos da Análise do
Discurso de Orlandi (1995 e 2006) e Pêcheux (1988) teremos dois objetos simbólicos a
serem analisados. O primeiro é o verbete de dicionário redigido pela Real Academia
Española (2015), no qual constata-se a definição de “trapaceiro” aos ciganos. O segundo a
campanha institucional feita pela Fundación Secretariado Gitano, intitulada
“#YoNoSoyTrapacero / #YoNoSoyTrapacera” (2015) que tinha como mensagem final a
seguinte reflexão: “ Una definición discriminatoria genera discriminación”. Sabe-se que
em nossa memória reside a ideia de que os verbetes de dicionário são neutros e , por vezes,
inalteráveis. No entanto, conforme apresentaremos nesta pesquisa, os verbetes reproduzem
interdiscursos dos grupos sociais que têm maior influencia e com isso podem manter a
discriminação para com os grupos de menor influencia na sociedade. Para compreender os
caminhos de discriminação percorridos pelos ciganos, em especial, os ciganos espanhóis,
realizamos um breve panorama e constatamos que, até hoje, reproduzimos os discursos
pejorativos proferidos há séculos atrás. No Brasil, a realidade não difere dos ciganos da
Espanha e por isso tornase relevante trazer esse grupo social para a sala de aula. Também
sugerimos aos professores de E/LE a possibilidade de uso do vídeo das crianças ciganas
como uma ferramenta didática. Acreditamos que com o apoio do material audiovisual o
docente poderá promover aulas pautadas no respeito a diferentes culturas. Por esta razão
esse trabalho é um intento de reacender o debate acerca da temática central, por conta de
sua relevância linguístico-social para os aprendizes de espanhol, em especial aos
brasileiros. | pt_BR |