Papel do profissional farmacêutico na hormonioterapia para redesignação de gênero – mulher transgênero
Abstract
Este estudo surgiu a partir do projeto de iniciação científica "Acolhimento da população
LGBT na saúde e na educação", motivado pela percepção de que a formação tradicional
dos profissionais de saúde não aborda adequadamente a redesignação de gênero. A
discussão sobre este tema ganhou visibilidade após movimentos sociais e a ascensão de
um governo progressista no Brasil, levando à implementação de políticas públicas como o
Programa "Brasil sem Homofobia" e a Política Nacional de Saúde Integral de Lésbicas,
Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais. A terapia hormonal (TH) é crucial para o
tratamento da disforia de gênero e a afirmação da identidade de gênero, sendo que a
abordagem adequada pode melhorar significativamente a qualidade de vida dos pacientes.
No entanto, a ausência do farmacêutico na equipe multidisciplinar mínima indicada na lei
pode causar riscos associados ao uso indevido de medicamentos. O objetivo deste trabalho
é explorar o papel do farmacêutico no cuidado de mulheres transgênero e travestis durante
a hormonioterapia, destacando a importância da orientação farmacêutica. A metodologia do
estudo foi uma revisão qualitativa descritiva, focada em mapear textos sobre o papel do
farmacêutico na hormonioterapia de mulheres trans. Foi feita uma busca em plataformas
digitais (PubMed, BVS, Scielo, Science Direct) para artigos em português publicados desde
2004. Após aplicar critérios de inclusão e exclusão, foram selecionados 7 artigos relevantes
para análise exploratória e interpretativa, quantidade esta que evidenciou a escassez de
publicações sobre o papel do farmacêutico na hormonioterapia para mulheres transgêneros.
Este dado reforça a necessidade de se discutir melhor o assunto, pois a falta de
acompanhamento farmacêutico pode levar a problemas como má interpretação da
prescrição, automedicação e uso inadequado de hormônios. É essencial incluir o
farmacêutico na equipe de saúde para garantir orientação adequada, reduzir riscos e
melhorar a qualidade de vida. O resultado encontrado reforçou a necessidade de
capacitação específica na TH e inclusão dos farmacêuticos na equipe multidisciplinar para
um atendimento mais seguro e eficaz.