dc.description.abstract | Introdução: A Esclerose Múltipla (EM) é uma doença crônica autoimune que afeta o sistema
nervoso central, provocando a desmielinização de axônios e manifestando sintomas como
fadiga, fraqueza e disfunções cognitivas. A fadiga é uma queixa prevalente em
aproximadamente 80% dos pacientes com EM, sendo classificada em primária, decorrente da
desmielinização, e secundária, relacionada à inatividade muscular. Embora existam opções
farmacológicas, seus resultados são limitados, destacando-se a importância dos exercícios
físicos para o manejo da fadiga. Pacientes com EM frequentemente assumem hábitos
sedentários, aumentando a importância de programas de exercícios físicos, como treinamento
aeróbico e de força, para restaurar a funcionalidade e reduzir fadiga. Contudo, a adesão a
esses programas após a alta da reabilitação ainda é um desafio, tornando essencial a
prescrição de exercícios domiciliares para evitar a inatividade e os sintomas associados.
Objetivos: Buscar na literatura exercícios fisioterapêuticos para o manejo da fadiga em
pacientes com EM. Os objetivos específicos incluem identificar os tipos e doses de exercícios
recomendados, analisar seus efeitos na fadiga, fornecer informações para a escolha
terapêutica e avaliar a qualidade metodológica dos estudos revisados. Metodologia: O
presente estudo é uma revisão de escopo, conduzida em abril de 2024, com busca nas bases
de dados Pubmed e PEDro em qualquer idioma. Foram incluídos ensaios clínicos
randomizados dos últimos 10 anos que investigaram exercícios fisioterapêuticos no manejo
da fadiga em pacientes com EM. A seleção dos estudos considerou adultos com diagnóstico
confirmado de EM, independentemente de comorbidades, nível de atividade física ou sexo.
Resultados: De um total de 191 artigos, 14 foram selecionados, apresentando múltiplas
abordagens, dentre os quais os exercícios mais utilizados foram os de fortalecimento
muscular e aeróbico, sendo realizados por no mínimo duas vezes por semana e por mais de
cinco semanas. Apesar de a maioria dos estudos apresentarem efeitos positivos em escalas
de fadiga e pontuação boa em nível de evidência para reduzir fadiga, há alguns fatores
limitantes, como o pequeno tamanho de amostra e ausência de cegamento. Conclusão: Não
foi possível elencar quais exercícios tem potencial em alterar o status de fadiga de forma
positiva em pessoas com EM, entretanto a maioria dos artigos analisados na presente revisão
tiveram desfechos com potencial de reduzir fadiga a partir de comparativos com escalas para
este fim. Estudos futuros são necessários com maior tamanho amostral e qualidade
metodológica. | pt_BR |