Cartografia social e terapia ocupacional social: contribuições para o desenvolvimento de recursos e tecnologias sociais para o campo

Abstract

A terapia ocupacional no campo social no Brasil vem se desenvolvendo desde a década de 1970, época marcada pela ditadura militar e pela emergência de movimentos sociais. Sua consolidação enquanto subárea, todavia, data do final da década de 1990, com a criação do Projeto Metuia. Destaca-se que esse campo profissional é proposto de modo desenlaçado da saúde, tendo como referências as disciplinas de humanidades. Assim, nesse campo específico, vêm sendo propostos e estudados recursos e metodologias que se alinhem com seus fundamentos. Este trabalho de conclusão de curso tem como objetivo mapear produções campo da terapia ocupacional que fazem articulações com uma metodologia específica, a cartografia social,identificando as possibilidades de incorporação e contribuição desta nas práticas da terapia ocupacional social. O método utilizado foi uma revisão integrativa de literatura. Foram realizadas para tal, buscas em diferentes bases de dados Cadernos de Terapia Ocupacional da Universidade de São Carlos (UFSCar), Revista Interinstitucional Brasileira de Terapia Ocupacional - REVISBRATO e Revista de Terapia Ocupacional da Universidade de São Paulo (USP); nos repositórios Scientific Electronic Library Online Brazil (SciELO Brazil) e Biblioteca Virtual em Saúde (BVS); e na base de dados Google Acadêmico no período de outubro a novembro de 2022. A partir das buscas foram selecionados 8 estudos (de diferentes naturezas) que tratam da temática Primeiro, procedeu-se a uma categorização dos estudos a partir de seus títulos, autores, ano de publicação, idioma, país (de publicação das produções), categoria profissional do autor principal e natureza do estudo. Posteriormente foram propostas três dimensões de análise para discutir as produções. As análises em profundidade revelaram que a cartografia social se constitui como uma ferramenta relevante para a prática da terapia ocupacional social, destacando sua função na compreensão e intervenção nos territórios e comunidades. Verificou-se que a adoção dessa abordagem pode contribuir para a inovação e delineamento crítico de práticas profissionais, promovendo um maior diálogo com o território e com as necessidades locais, fortalecendo a autonomia e empoderamento dos sujeitos envolvidos e construindo processos direcionados à garantia de direitos e exercício da cidadania. Com base nas análises, recomenda-se a continuidade da exploração e incorporação da cartografia social como metodologia na terapia ocupacional social. É essencial ampliar os estudos sobre suas potencialidades e limitações em diferentes contextos, além de fomentar discussões na formação profissional sobre essa metodologia.