dc.description.abstract | Os aplicativos móveis de saúde estão sendo cada vez mais utilizados para diversas
condições de saúde, incluindo a prática de autogestão em pacientes com dor
crônica. Com o aumento da popularidade desses aplicativos (Apps) surge uma
necessidade crítica de mapear os Apps para manejo de dor disponíveis no Brasil. O
objetivo deste estudo foi duplo: (i) mapear aplicativos direcionados aos pacientes
para o controle da dor disponíveis nos mercados de aplicativos brasileiros e (ii)
descrever as características, o conteúdo e a qualidade das informações fornecidas
por esses Apps.
O presente trabalho consiste em uma revisão sistemática de aplicativos móveis em
dois mercados de aplicativos brasileiros (App Store e Google Play) usando as
palavras-chave “dor”, “dor crônica” e “manejo dor” entre maio e junho de 2023. Dos
Apps que atenderam aos critérios de inclusão, foram extraídos os seguintes dados:
(i) características do aplicativo (descrição, desenvolvedor, profissional e segurança
dos dados), (ii) conteúdo de manejo da dor (avaliação da dor, monitoramento da dor,
educação sobre dor, retorno das atividades, definição de metas, gerenciamento de
pensamentos e comportamentos, exercícios físicos, técnicas de relaxamento ou
meditação, abordagens psicológicas) e (iii) qualidade da informação (credibilidade,
medidas de resultados, qualidade da descrição, informação visual e feedback).
A amostra total foi composta por 36 aplicativos. A avaliação média do usuário foi
4,2/5,0. Uma parcela significativa dos aplicativos (69,4%) exigia compras dentro do
aplicativo. Foram encontradas lacunas significativas na transparência dos
desenvolvedores em áreas como experiência profissional e protocolos de segurança
de dados. A maioria dos aplicativos cobria apenas uma intervenção, sendo as
predominantes atividades físicas e diários de monitoramento da dor. Ao avaliar a
qualidade da informação, as informações de conteúdo visual foram classificadas em
primeiro lugar em termos de precisão e clareza. A credibilidade não foi mencionada
em 80,6% dos aplicativos.
A maioria dos aplicativos relacionados à dor incluídos em nossa revisão exibiam
descrições pouco claras em vários aspectos e uma cobertura limitada de conteúdos
de autogestão (por exemplo, nenhum dos aplicativos focava em terapias
psicológicas ou era dedicado à avaliação da dor). Além disso, uma parcela
considerável desses aplicativos carecia de avaliação rigorosa em relação aos
padrões científicos estabelecidos. | pt_BR |