Avaliação dos níveis de atividade e capacidade funcional de pacientes com câncer de mama um ano após o tratamento cirúrgico.
Resumo
Introdução: O câncer de mama é a neoplasia maligna com maior incidência no
sexo feminino no mundo. É comum essas mulheres apresentarem diminuição da
aptidão física, fadiga e fraqueza muscular. Níveis satisfatórios de atividade física e
capacidade funcional mostram efeitos positivos na diminuição dos sintomas, na
resposta ao tratamento, na qualidade de vida e no aumento da sobrevida em
mulheres com câncer de mama. Objetivo: Analisar a alteração no nível de AF e
CF de pacientes entre o diagnóstico do câncer de mama e um ano após o
tratamento cirúrgico. Metodologia: Foi realizado um estudo de coorte prospectiva
incluindo mulheres com diagnóstico de câncer de mama e indicação de cirurgia
curativa. No presente estudo foram utilizadas a avaliação inicial e a avaliação de
um ano após a cirurgia do câncer de mama. Para avaliar a AF autorreferida foi
utilizado o IPAQ e a CF foi aferida utilizando três testes físicos: teste de sentar e
levantar de 30 segundos, marcha estacionária de dois minutos e força de
preensão palmar. As variáveis não paramétricas foram apresentadas em
mediana e amplitude mínima e máxima. A comparação das variáveis antes e um
ano após o tratamento cirúrgico foi realizada pelo teste Wilcoxon e para avaliar o
tamanho do efeito foi utilizado o D de Cohen. Este projeto foi aprovado pelo Comitê
de Ética em Pesquisa do INCA sob número do parecer 1.400.320. Resultados:
Foram incluídas 655 mulheres, a maioria apresentou faixa etária ≤59 anos
(62,9%), 49,6% com estadiamento clínico avançado ≥ IIB, e 48,9% foram
submetidas à cirurgia como primeiro tratamento oncológico. Um ano após o
tratamento cirúrgico foi identificado redução dos níveis de atividade física total,
caminhada, moderada (p<0,001 e D de Cohen=0,31; 0,50; 0,15,
respectivamente), e da força de preensão palmar (p<0,001; D de Cohen=0,38). Foi
observado aumento do desempenho da capacidade aeróbia e resistência de MMII
(p<0,001 em ambos os testes, D de Cohen=0,23 e 0,39, respectivamente).
Conclusão: Foi identificado que a força de preensão palmar e a atividade física
total, de caminhada e de intensidade moderada reduziram do momento do
diagnóstico até um ano após a cirurgia. Entretanto, neste período houve melhora
da atividade física de lazer, de intensidade vigorosa, do desempenho da
capacidade aeróbia e resistência de membros inferiores em mulheres tratadas no
Hospital do Câncer III – INCA.