Tempo sentado prolongado de pessoas idosas durante a pandemia por COVID-19: estudo longitudinal da Rede REMOBILIZE.
Abstract
As medidas de isolamento social durante a pandemia de COVID-19
aumentaram o comportamento sedentário em pessoas idosas, o que pode
comprometer a mobilidade nos espaços de vida. O objetivo é analisar o tempo
sentado prolongado durante a pandemia e verificar seus fatores de risco
associados como sexo, idade e mobilidade. Trata-se de um estudo longitudinal,
com seguimento de 16 meses, realizado com idosos de 60 anos e mais,
moradores da comunidade. Os dados foram coletados online por meio do
SurveyMonkey®. O desfecho é o tempo sentado, considerando 8h ou mais por
dia como prolongado. Para as variáveis de exposição, considerou-se a idade,
sexo e mobilidade nas cinco dimensões dos espaços de vida (quarto, domicílio,
vizinhança, cidade e fora da cidade). Para análise estatística, foi realizado o
teste McNamer pareado e McNamer pareado e modelo Generalized Linear
para estimar risk ratio (RR) e respectivo intervalo de confiança de 95%,
considerando nível de significância de 5%. Participaram 1.482 idosos e
observou-se um incremento gradual no tempo sentado prolongado nos 3
(23,8%), 6 (23,7%), 12 (25,5%) e 16 meses (21,8%) (p<0,001) de seguimento.
O risco de comportamento sedentário foi maior em homens (RR: 1,12; IC95%:
1,01 – 1,23), idosos de 70 anos e mais (RR: 1,14; IC95%: 1,01 – 1,29) e com
redução da mobilidade (RR: 1,18; IC95% 1,12 – 1,24). O confinamento
provocado pela pandemia por COVID-19 colaborou para o aumento no tempo
sentado prolongado e na restrição nos níveis de mobilidade nos espaços de
vida.