Influência da prática de atividade física no bem-estar psicológico dos alunos do IFRJ, campus Realengo, durante a pandemia de COVID-19.
Abstract
A pandemia de COVID-19 foi um período de grande incerteza e mudanças
repentinas no cotidiano, provocando altos níveis de estresse. Esse cenário afetou os
estudantes de ensino superior, provocando impactos na saúde mental e bem-estar
desses indivíduos. Para a Psicologia Positiva, fatores protetivos, como a autoestima
e a baixa intolerância à incerteza, são importantes para lidar com um atual mundo
volátil, incerto, complexo e ambíguo. O objetivo do presente estudo foi avaliar a
relação da prática de exercício físico com a autoestima, intolerância à incerteza e
desesperança de alunos do Instituto Federal do Rio de Janeiro, Campus Realengo,
durante a pandemia de COVID-19. Através da plataforma “Google Forms”, 200
alunos matriculados na graduação responderam a um questionário sociodemográfico
sobre hábitos de vida e às escalas de: Autoestima de Rosenberg, Intolerância à
Incerteza, dividida em dois fatores (ansiedade inibitória e prospectiva em relação à
incerteza) e Desesperança. Os dados obtidos se referem ao período de março de
2020 a setembro de 2021 vivenciados pelos alunos. A comparação entre as médias
das escalas de bem-estar psicológico com a prática de atividade física antes da
pandemia apontou que os indivíduos ativos fisicamente apresentaram maiores níveis
de autoestima e menor desesperança e intolerância à incerteza. Porém, apenas esta
última foi estatisticamente significativa. A idade dos participantes também
apresentou correlação estatisticamente significativa e positiva com autoestima e
negativa com a intolerância à incerteza. Ao comparar-se idade e atividade física,
observou-se que a média de idade dos alunos que praticavam atividade física antes
da pandemia era estatística e significativamente maior do que a média dos que não
eram fisicamente ativos. Sobre a quantidade de exercício físico durante a pandemia
e as escalas de bem-estar psicológico, não houve diferença significativa entre os
grupos. Foi possível concluir, para esta amostra que tanto a prática de atividade
física prévia ao início da pandemia, quanto o maior valor de idade dos estudantes
foram fatores protetivos que influenciaram a intolerância à incerteza dos alunos do
IFRJ do campus Realengo, durante o período da pandemia de COVID-19.