Efeito da cinesioterapia sobre o desempenho no teste da ponta do pé em idosos.
Abstract
Alterações na articulação do tornozelo que incluem fraqueza muscular, redução de flexibilidade e rigidez
trazem repercussões na funcionalidade em idosos. Comprometimentos musculoesqueléticos são
frequentemente detectados meio de testes físicos e funcionais, dentre os quais se destacam teste de força
muscular, por meio da dinamometria por preensão palmar, velocidade de marcha pelo Teste de 10
metros (TC10m), equilíbrio (pés juntos, semitandem e tandem), desempenho dos membros inferiores
com Teste de Sentar Levantar 5x (TSL5x) e Timed Up and Go (TUG). Tais testes trazem informações
indiretas e inespecíficas sobre o desempenho de tornozelo-pé, sendo sugerido mais atualmente pela
literatura, para esse propósito, o Teste de Desempenho da Ponta do Pé (TPP). Dentre as intervenções
capazes de modificar o desempenho do tornozelo-pé, destacam-se a mobilização articular, alongamento
passivo e exercícios resistidos. Novos ensaios delineados de intervenções para tornozelo-pé podem
colaborar na interpretação do benefício para o controle postural, força, flexibilidade, mobilidade e
desempenho do tornozelo, seja para prevenção de eventos inesperados, como as quedas, seja para
reabilitação física e funcional. O Objetivo do estudo foi avaliar o efeito de um protocolo de
cinesioterapia no desempenho musculoesquelético do tornozelo e pé em idosos. Participaram do estudo
idosos que realizaram avaliação, intervenção e reavaliação. O desfecho primário foi o TPP e os
desfechos secundários (TC10m, TUG, Short Physical Performance Battery – SPPB e força de preensão
manual). A intervenção foi realizada por 8 semanas, 2x semanais, com sessão que durava cerca de 50
minutos e contou com mobilizações articular, exercícios de resistência e alongamentos para o tornozelo.
Participaram do estudo 8 idosos com idade entre 61-93 anos, metade dos participantes eram indivíduos
do sexo masculino. A intervenção foi capaz de melhorar o desempenho do tornozelo pé e mobilidade, a
média de repetições no TPP Pré-Intervenção foi de 16,38 (±8,15) e no Pós 19,50 (±9,59); no
TC10m a média da velocidade de marcha (metros/segundo) no Pré-intervenção foi de 0,78
(±0,27) e no Pós 1,14 (±0,47) e no TUG a média de execução (em segundos) no Pré foi de 20,86
(±16,21) e no Pós 17,24 (±15,06). Observou-se uma correlação positiva entre o aumento do
desempenho no TPP (∆%=19,08) e aumento da velocidade de marcha TC10m (∆%=45,21) e redução
do tempo de execução do TUG (∆%= -17,39). Conclui-se que intervenção proposta nesse estudo foi
capaz de melhorar o desempenho do tornozelo-pé medido pelo TPP e a mobilidade na marcha medido
pelo TC10m e TUG na maioria dos idosos participantes e relação positiva entre o número de repetições
do TPP e as medidas de mobilidade.