Perspectiva do uso do Canabidiol como uma nova abordagem terapêutica do Transtorno Espectro Autista (TEA)
Resumen
O diagnóstico de Transtorno do Espectro Autista (TEA), distúrbio do neurodesenvolvimento que se apresenta com déficits em interação social, comunicação social e padrões de comportamento repetitivos, até o presente momento, é feito com base em critérios clínicos, categorizando o paciente de acordo com a gravidade dos sinais e sintomas manifestados. É a partir deste conjunto de sintomas, o grau de comprometimento e prejuízos pessoais e sociais, causados pelo TEA, que é feita a indicação da terapia medicamentosa. Ainda que o tratamento não- medicamentoso possa resultar em melhora significativa dos prejuízos apresentados pela criança, o uso de medicamentos pode ajudar a manejar alterações comportamentais, como a irritabilidade e outros sintomas psiquiátricos, onde, dentre os fármacos utilizados, tem-se, principalmente, antipsicóticos como a risperidona, responsável por uma série de efeitos colaterais que prejudicam a qualidade de vida do paciente com TEA, fazendo com que novas abordagens sejam estudadas. A partir disso, através de uma breve revisão bibliográfica, o presente trabalho tem o objetivo de destacar a possibilidade de uma nova abordagem terapêutica para o tratamento do autismo a partir do canabidiol (CBD), extraído da planta Cannabis sativa. Estudos recentes com mais de 80% de pais de crianças com TEA tratadas com canabidiol reportaram melhora significativa e/ou moderada nos sintomas comportamentais de seus filhos. Quando comparado com a risperidona, o CBD se mostra mais seguro e eficaz, apresentando efeitos colaterais leves ou transitórios, como sonolência e falta de apetite, favorecendo não só a redução de psicofármacos convencionalmente prescritos, que são geralmente associados a efeitos colaterais, mas até mesmo sua retirada. Contudo, ainda assim, se faz necessário avaliar o impacto do tratamento com CBD a longo prazo, uma vez que sua prescrição não está totalmente isenta de efeitos adversos e podem variar conforme o paciente.