Identificação molecular dos pequenos mamíferos não-voadores dos campos de altitude do Parque Nacional da Serra dos Órgãos, Rio de Janeiro
Fecha
2019Autor
Dutra, Patrícia dos Santos Lima
Loh, Roberta Kuan Tchuen de Mello
Metadatos
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Atualmente, os remanescentes naturais da Mata Atlântica correspondem a cerca de
12% da sua cobertura original. Contudo, ela ainda é considerada como um dos 25
hotspots de biodiversidade mundiais, e particularmente uma das maiores regiões de
diversidade de pequenos mamíferos. Inclusos nesse bioma estão os Campos de
Altitude que ocorrem a partir de 1.800 m de altitude, onde a vegetação florestal é
substituída por vegetação herbácea-arbustiva e apresentam uma fauna
particularmente distinta. A maior parte da diversidade de pequenos mamíferos
corresponde a roedores da subfamília Sigmodontinae (Cricetidae) e a marsupiais da
família Didelphidae. A taxonomia dentro destes clados, contudo, é complexa devido a
alta diversidade morfológica e a existência de espécies crípticas, isto é, com
diferenças imperceptíveis entre os espécimes. Desta forma, estudos baseados
apenas na morfologia não conseguem caracterizar efetivamente espécies crípticas,
como nos gêneros Oligoryzomys e Akodon (Sigmodontinae) e Monodelphis
(Didelphidae). Este trabalho teve como objetivo identificar os pequenos mamíferos
não-voadores dos Campos de Altitude do PARNASO, através do gene mitocondrial
citocromo b (Mt-Cytb). Foram analisados 39 indivíduos: 7 Brucepattersonius
griserufescens; 6 Castoria angustidens; 15 Monodelphis dimidiata; 6 Oligoryzomys
sp.; 5 Oxymycterus quaestor. A amplificação do Mt-Cytb (801 pb) foi feita através da
PCR, utilizando os primers MVZ05 e MVZ16. Com base nos resultados da análise
filogenética de máxima verossimilhança foi possível identificar a maioria das espécies
molecularmente, com exceção de alguns espécimes de Oligoryzomys e dos
espécimes de Brucepattersonius identificados morfologicamente como B.
griserufescens. Os primers foram capazes de amplificar todas as espécies da família
Sigmodontinae, bem como os da família Didelphidae (Monodelphis). Para espécies
crípticas, as análises moleculares mostram-se consideráveis e evidenciam a sua
importância como ferramenta a complementar a identificação morfológica.