Vacinas gênicas contra a dengue baseadas na proteína do envelope viral: uma revisão da literatura e análises preliminares de uma vacina de DNA tetravalente.
Resumen
A dengue é uma arbovirose endêmica em regiões tropicais e subtropicais, incluindo o
Brasil, cuja incidência de quadros graves é maior em pessoas que foram expostas a
infecções secundárias por sorotipos heterólogos. Uma das principais dificuldades
para o desenvolvimento de uma vacina contra a dengue é a necessidade de indução
de resposta protetora contra os quatro sorotipos virais (DENV 1-4). A glicoproteína E
é o principal componente na superfície viral, e é capaz de induzir anticorpos
neutralizantes que impedem a entrada do vírus na célula hospedeira. Em vista disso,
tem sido alvo do desenvolvimento da maioria das vacinas contra a dengue.
Atualmente, dentre as diferentes tecnologias, as vacinas gênicas têm representado
uma importante inovação e protagonismo na tentativa de controle da doença.. Muitos
grupos se dedicam à vacinas contendo apenas a proteína E, e ao seu domínio III
(EDIII), devido a sua interação com receptores da célula alvo. Outros apostam na
associação prM-E, uma vez que a proteína pré membrana possui um importante
papel na conformação da proteína E durante a replicação viral. Ensaios pré-clínicos
têm demonstrado que esses antígenos são capazes de induzir respostas imunes
humoral e celular, além de proteção. Dessa forma, neste trabalho foi realizada uma
revisão bibliográfica sobre vacinas de DNA e RNA contra a dengue baseadas na
proteína E. Ainda no presente estudo, foi iniciada a avaliação de uma formulação
tetravalente composta por vacinas de DNA baseadas no ectodomínio da proteína E
de DENV 1, 2, 3 e 4. Sendo assim, foram utilizadas as vacinas de DNA pE1D1,
pE1D3 e pE1D4, as quais contêm as sequências que codificam a proteína E de
DENV1, 3 e 4, respectivamente. Inicialmente, estes plasmídeos foram purificados,
digeridos e sequenciados, confirmando os insertos clonados. As análises in vitro de
células BHK-21 transfectadas com as vacinas de DNA indicaram que os quatro
plasmídeos foram capazes de mediar a expressão das proteínas recombinantes dos
quatro sorotipos virais. Além disso, camundongos BALB/c foram imunizados com os
plasmídeos pE1D1, pE1D2, pE1D3 ou pE1D4 para a aquisição de soro imune que
será utilizado futuramente nas análises da resposta imune humoral gerada por estas
vacinas de DNA.