Isolamento e determinação estrutural de alcaloides quinolônicos de Melochia spicata L.: uma contribuição à quimiossistemática da tribo Hermannieae (Malvaceae)
Resumen
As plantas medicinais são aquelas que sintetizam substâncias que possam ser
usadas como medicamento de forma direta ou indireta. Esses compostos são
os chamados metabólitos secundários e entre eles estão os alcaloides. Uma
classe deles, os alcaloides 4-quinolônicos, chama atenção por possuírem
atividades biológicas interessantes. Entre algumas plantas que sintetizam
esses alcaloides, destaca-se as do gênero Melochia, típicas de regiões de
clima tropical, podendo ocorrer também em clima temperado. No Brasil, são
naturais da Caatinga. Plantas desse gênero têm sido usadas na medicina
tradicional para tratamento de doenças do trato respiratório e até para
tratamento de tumores. Uma planta desse gênero, a Melochia spicata, foi a
escolhida para estudo do trabalho. Folhas dessa planta passaram pelo
processo de moagem, maceração, filtração e concentração em rotaevaporador,
formando o extrato etanólico bruto da planta (MFE). Esse passou por partição
líquido-líquido e a fase diclorometano (MFD) foi usada para estudo. Essa foi
purificada em cromatografia em coluna de sílica-gel e as frações analisadas por
meio da cromatografia em camada delgada (CCD), utilizando como revelador a
luz UV. Os compostos isolados foram identificados com análise de
Ressonância Magnética Nuclear (RMN) de 1H e 13C, espectrometria de massas
e comparação com dados da literatura. Como resultado da análise das quatro
subfrações estudadas, foram identificados os alcaloides quinolônicos:
waltheriona C, 10-hidróxi-waltheriona C, 2-metil-hidróxi-waltheriona C e
poliasanina B.