Reposicionamento de medicamentos para o tratamento da febre amarela: uma breve revisão da literatura.
Resumo
A febre amarela é uma doença infecciosa febril aguda causada pelo vírus da
febre amarela. É considerada uma doença endêmica e enzoótica nas regiões
tropicais da América do Sul e da África. A vacina atenuada contra a febre amarela é
segura e eficaz e representa a principal forma de prevenção. Entretanto, ela possui
contraindicações e efeitos adversos. Atualmente, não existe um medicamento
específico para esta doença, devido à ausência de uma droga antiviral eficiente.
Desse modo, a busca por alternativas para o tratamento da febre amarela é de
extrema relevância e o reposicionamento de medicamentos tem surgido como uma
opção promissora. Nesse sentido, este trabalho teve por objetivo realizar revisão da
literatura científica sobre o reposicionamento de medicamentos para o tratamento da
febre amarela. Foi realizada pesquisa bibliográfica em diferentes bancos de dados
científicos no período de 2001 a 2021, utilizando também bibliografias de anos
anteriores que se demonstraram fundamentais ao presente estudo. O
reposicionamento de fármacos apresenta uma série de vantagens frente ao
desenvolvimento de medicamentos de forma tradicional. Contudo, também existem
desafios e limitações associados a esta estratégia. A terapia antiviral depende
principalmente de medicamentos que atuem especificamente nas proteínas virais,
mas também podem ter como alvo proteínas do hospedeiro que são indispensáveis
à biossíntese viral. Nesse sentido, foram apresentados os principais fármacos que
vêm sendo estudados de acordo com seu mecanismo de ação, com destaque para a
temoporfina, niclosamida, sofosbuvir e ribavirina. Por fim, pesquisas voltadas
especificamente para o reposicionamento de medicamentos para o tratamento da
febre amarela ainda são necessárias, com estudos clínicos e parâmetros
farmacológicos bem descritos, uma vez que grande parte dos artigos investigaram
flavivírus de um modo geral, principalmente o vírus da dengue