Influência de alimentos funcionais em doenças autoinflamatórias, com ênfase na febre familiar do Mediterrâneo.
Abstract
As síndromes autoinflamatórias são consideradas imunodeficiências
primárias, pois são causadas por mutações em genes que codificam
proteínas que têm papel fundamental na regulação da resposta
inflamatória. São caracterizados por episódios recorrentes e de curta
duração de febre e serosite. Alguns compostos bioativos encontrados nos
alimentos, podem atuar impedindo esses estágios inflamatórios através da
inibição de componentes essenciais para a ocorrência desses processos. Em
decorrência do aumento da expectativa de vida, ampliou-se a busca por
alimentos que não somente nutrissem o corpo, mas também
proporcionassem melhorias na saúde e qualidade de vida do indivíduo. Por
isso o objetivo deste trabalho foi realizar uma revisão bibliográfica a fim de
avaliar a influência dos alimentos funcionais em doenças autoinflamatórias,
mais especificamente a Febre Familiar do Mediterrâneo. O levantamento foi
realizado nas seguintes bases de dados: US National Library of Medicine
National Institutes of Health (PubMed), Literatura Latino-Americana e do
Caribe em Ciências daSaúde (LILACS) e Scientific Electronic Library Online
(SciELO). Os descritores utilizados foram “doenças hereditárias
autoinflamatórias”, “febre familiar do mediterrâneo”, ”alimento funcional”,
“agente antiinflamatório”, “inflamassomos” e seus correspondentes em
inglês. Ao revisá-los, verificou-se que o mecanismo patológico preciso das
doenças autoinflamatórias ainda não foi definitivamente elucidado;
entretanto, um novo complexo macromolecular, denominado
inflamassoma, parece desempenhar um papel importante no controle da
inflamação e pode estar envolvido na patogênese dessas doenças. Em
relação aos alimentos funcionais, foi possível verificar que os benefícios para
a saúde atribuídos a esses alimentos, estão ligados a presença de
compostos fenólicos com propriedades antiinflamatórias e
imunomoduladora, fazendo com que tais compostos hajam na modulação
do inflamassoma, auxiliando assim no controle dos sintomas apresentados
pelos pacientes das síndromes autoinflamatórias.