Química verde em métodos sintéticos: aplicação de novas metodologias experimentais na formação de professores de Química
Resumo
Os primeiros relatos de degradação do meio ambiente começaram descrevendo
problemas locais, pontuais. Hoje, o ser humano pode notar que os problemas
pontuais já são problemas em comum, com dimensões globais. É preciso
reconhecer que o meio ambiente e a sociedade enfrentam problemas inéditos, mas
a noção de que o ser humano é causador de muitos deles é antiga. Isso faz com que
as temáticas que giram em torno do meio ambiente estejam em evidência e sejam
uma necessidade real a ser discutida para se construir um amanhã sustentável. Um
exemplo é o surgimento da Química Verde, que partir da necessidade de um menor
impacto do cotidiano das indústrias químicas, surgiu como filosofia norteadora em
prol de uma atividade menos prejudicial. Mas o eixo tecnológico da Química não é o
único capaz de deixar pegadas na degradação ambiental, as atividades científicas
da academia também são passivas de reflexão. Diariamente nas instituições que
ensinam Química e áreas correlatas, há atividades experimentais com caráter
didático para o ensino de fenômenos e conceitos químicos que geram resíduos,
utilizam compostos de toxicidade elevada, gastam energia com reações químicas,
fazem uso de quantidades estequiométricas além do necessário, entre outras
práticas. A demanda por um olhar crítico a respeito das atividades do cotidiano
químico é crescente e urgente. A formação de professores de Química deve ser
repensada como uma forma de se buscar a reflexão sobre os ideais verdes. Este
trabalho propõe a construção e utilização de métodos sintéticos com caráter verde
na formação de professores de Química, de modo a buscar a reflexão sobre essas
metodologias, sua implementação e a importância de se discutir Química Verde na
academia.