Anticorpo Monoclonal: Uma nova perspectiva para o tratamento da epilepsia
Abstract
O uso de anticorpos monoclonais vem sendo estudado para o tratamento de diversas
doenças neurológicas, incluindo a epilepsia, com efeitos colaterais mínimos e
resultados positivos no controle de crises convulsivas. A epilepsia é caracterizada por
crises epilépticas recorrentes devido a hiperatividade neuronal, afetando globalmente
cerca de 50 milhões de pessoas. As crises podem ser focais ou generalizadas, com
etiologias diversas, incluindo causas estruturais, genéticas, imunológicas,
infecciosas, metabólicas e desconhecidas. O tratamento farmacológico é baseado na
utilização de fármacos antiepilépticos que agem sobre a modulação de
neurotransmissores específicos como o neurotransmissor GABA e glutamato, cujo
mecanismo de ação são semelhantes. Apesar da terapia medicamentosa uma
parcela de pacientes apresenta resistência aos medicamentos, mesmo que tenham
a etiologia bem definida, impactando negativamente na saúde e no bem-estar.
Estudos recentes descrevem o papel de processos inflamatórios neuronais
envolvidos na epilepsia com a ação de citocinas pro-inflamatórias e o dano a
integridade da barreira hematoencefálica presentes na indução de crises convulsivas.
O mecanismo de ação dos fármacos atuais não tem relação direta no controle desses
processos inflamatórios, levando à busca por novas alternativas terapêuticas. O
anticorpo monoclonal anti-HMGB1 (mAb) é descrito com um potencial terapêutico,
reduzindo crises através da ação direta sobre HMGB1 que desempenha um papel
pró-inflamatório semelhante a citocina. Anticorpos monoclonais são classificados
como imuno proteínas capazes de se ligar especificamente e demonstram ser
eficazes na redução da indução pro-inflamatória, trazendo a possibilidade de
discussão sobre possíveis direcionamentos da terapia. Desse modo, a compreensão
sobre a ação, especificidade e a tecnologia de produção de anticorpos monoclonais
possibilita a oportunidade de tratamentos mais bem sucedidos.