Co-micronização de glibenclamida como forma de aumentar a dissolução in vitro
Fecha
2024Autor
Costa, Mariana de Andrade
Costa, Mariana de Andrade Adauto
Metadatos
Mostrar el registro completo del ítemResumen
A glibenclamida (GLB), também conhecida como gliburida, é um medicamento
de segunda geração pertencente à classe das sulfonilureias, indicado para o
tratamento de diabetes não dependente de insulina. Ela é solúvel em soluções
de hidróxidos alcalinos e dimetilformamida, ligeiramente solúvel em
diclorometano e clorofórmio, pouco solúvel em etanol e metanol, e insolúvel em
éter etílico e água. A droga é classificada como Classe II de acordo com o
Sistema de Classificação Biofarmacêutica, o que significa que possui baixa
solubilidade em água e alta permeabilidade. Portanto, sua biodisponibilidade
depende de sua taxa de dissolução. A GLB apresenta absorção variável e
grandes variações na biodisponibilidade interindividual e bioequivalência dos
produtos comercializados. Diversos métodos têm sido descritos para aumentar
a solubilidade de fármacos pouco solúveis (como adição de tensoativos,
formação de sais, dispersões sólidas e redução do tamanho das partículas). A
micronização, uma técnica comum utilizada para reduzir o tamanho das
partículas, é um processo de fabricação estabelecido e dominado do ponto de
vista tecnológico. O objetivo do projeto foi utilizar o processo de micronização
para aumentar a dissolução da GLB. Nove excipientes diferentes (lauril sulfato
de sódio, manitol, lactose monoidratada por spray drying, lactose monoidratada
200 mesh, hidroxipropilcelulose, hidroxipropilmetilcelulose E5, Lutrol F68,
celulose microcristalina 102 e polivinilpirrolidona K-30) foram co-micronizados
com GLB em três proporções diferentes (1:0,25 fármaco/excipiente, 1:0,25:0,25
fármaco/excipiente/lauril sulfato de sódio e 1:0,5 fármaco/excipiente). Essas
amostras foram divididas em grupos 1, 2 e 3, respectivamente. As amostras
foram analisadas por difração de raios-X em pó, espectroscopia infravermelha,
microscopia, ensaio e dissolução do pó. Sabendo que partículas menores
podem apresentar taxas de dissolução mais elevadas, as amostras de GLB e
dos excipientes foram micronizadas. Os resultados da difração de raios-X em
pó indicaram que todas as amostras testadas não apresentaram mudanças
polimórficas. As amostras apresentaram picos característicos da forma mais
solúvel. Não foram observados picos extras, indicando a pureza da forma sólida.
Esses resultados estavam de acordo com a espectroscopia infravermelha. Os
valores dos números de onda nos espectros infravermelhos, relacionados ao
estiramento da ligação N-H, S=O e C=O, foram semelhantes para todas as
amostras e para a matéria-prima. Quanto à avaliação do ensaio, houve pouca
variação entre os valores teóricos e determinados, o que possibilitou o cálculo
da massa para os testes de dissolução. Em geral, as amostras co-micronizadas
apresentaram resultados de dissolução superiores à matéria-prima. A
dissolução das quatro amostras do grupo 1 (GLB com lauril sulfato de sódio,
PVP K-30, lactose monoidratada por spray drying e Lutrol F68) apresentou
eficiência de dissolução acima de 80%. No grupo 2, todas as amostras
apresentaram eficiência de dissolução superior a 80%, exceto aquela produzida
com Lutrol F68. No grupo 3, apenas a amostra com lauril sulfato de sódio
apresentou eficiência acima de 80%. Ao comparar o grupo 2, que possui adição
de lauril sulfato de sódio na mistura, com o grupo 1, foi possível observar uma
melhoria em quase todas as amostras co-micronizadas. Ao comparar com o
grupo 3, notou-se que o aumento da proporção dos excipientes diminuiu a
eficácia de dissolução, de forma geral. Como quase todas as amostras comicronizadas tiveram melhores dissoluções em comparação com a matériaprima, podemos confirmar que a redução do tamanho das partículas pode
aumentar a eficiência. No entanto, algumas combinações de excipientes e
proporções não melhoram a eficiência de dissolução.