A contribuição da terapia ocupacional no cotidiano de lactantes em relação ao processo de amamentação: uma revisão narrativa
Resumo
O presente estudo tem por objetivo ilustrar o entendimento acerca da contribuição da terapia
ocupacional em relação ao público lactantes no contexto do cotidiano. Este trabalho se define
como uma revisão narrativa, com base na análise da literatura científica constituída pela
interpretação e observação crítica da autora. O material de estudo foi coletado de forma não
sistemática, no período de Fevereiro de 2022 até Abril de 2023. A seleção de material foi
realizada utilizando as seguintes fontes de informação: busca livre em sites de pesquisa
(Google, Google Acadêmico), na Biblioteca Virtual em Saúde (BVS), biblioteca Scientific
Electronic Library Online (SciELO) e na base de dados da Literatura Latino-Americana e do
Caribe em Ciências da Saúde (LILACS) e Pubmed. Como critério de seleção, foram
selecionados os artigos que identificaram relação direta entre a terapia ocupacional e ao
cotidiano das lactantes durante o processo de amamentação, a partir dos termos:
“amamentação e terapia ocupacional”, “breastfeeding and occupational therapy”, em Inglês e
Português, com base na análise da literatura científica sem definir um período de abrangência.
Foram incluídos 4 artigos nesta revisão narrativa, a qual pode ser observado uma baixa adesão
de publicações científicas em terapia ocupacional relacionado à sua contribuição na atuação
com as lactantes em seu cotidiano. Entretanto, estudos interdisciplinares puderam auxiliar no
desenvolvimento teórico e complementar quanto às dificuldades das lactantes que estavam
associadas diretamente à atividade “amamentar” e seus impactos nos âmbitos físico, mental e
social. Apesar dos avanços sociais que englobam as políticas no âmbito da saúde da criança, a
prevalência do Aleitamento Materno Exclusivo (AME) continua abaixo do ideal no Brasil.
Pode-se compreender que apesar dos avanços de profissionais engajados nas maternidades
que favorecem a prática da amamentação, alguns fatores físicos, mentais e sociais estão
relacionados aos seus impactos, tais como: posturas inadequadas, dor nas mamas e mamilos,
fadiga muscular, desconforto físico e emocional, insatisfação com o corpo, dúvidas e
insegurança sobre seu papel, sentimentos relacionados à tristeza, medo, ansiedade,
esgotamento, cansaço, privação de sono. Tendo em vista as limitações que a fase da
amamentação pode ocasionar causando comprometimento na realização das ocupações, fica
perceptível a necessidade da assistência e acompanhamento com uma equipe multidisciplinar,
que inclua terapeutas ocupacionais, compreendendo-o principalmente como seu objeto de
estudo para delinear planos de intervenção e práticas que favorecem o bem estar das lactantes,
auxiliando-as a formarem novas rotinas e hábitos, revelando maior senso de competência e
auto-estima, potencializando a confiança em serem capazes de atender suas próprias
necessidades. Desta forma, foi possível concluir que os fatores físicos, mentais e sociais que
provocam limitações ou rupturas no cotidiano das lactantes necessitam de acompanhamento
multidisciplinar, tendo a terapia ocupacional como colaboradora na construção de saúde e
práticas sociais em diversos níveis, com políticas e diretrizes que valorizam a prática do
aleitamento materno na sociedade, com informações atualizadas, capacitações, atendimentos e
contribuições científicas relevantes.