Intervenções fisioterapêuticas após cirurgia de reconstrução de plexo braquial por lesões traumáticas.
Abstract
Introdução: As lesões de plexo braquial (LPB) são consideradas um dos tipos
de lesões neurológicas periféricas mais complexas e debilitantes e sua
reabilitação é considerada um desafio para o serviço de saúde. O tratamento
cirúrgico para a LPB é necessário quando a recuperação espontânea não é
possível, geralmente em casos de neurotmese. Contudo, mesmo após o
procedimento, a reabilitação desses pacientes permanece longa e repleta de
dificuldades a serem superadas. Objetivo: Mapear e resumir os estudos que
investigam as intervenções fisioterapêuticas após cirurgia reconstrutiva do plexo
braquial após lesão traumática. Critérios de elegibilidade: Pacientes
submetidos a cirurgia reconstrutiva do plexo braquial devido a lesão traumática;
quaisquer intervenções de fisioterapia, desfechos e follow-ups foram
consideradas; e estudos clínicos primários e de revisão identificados como texto
completo ou resumo. Identificação de estudos: As buscas foram realizadas nas
seguintes bases de dados eletrônicas: CENTRAL, CDSR, MEDLINE, EMBASE,
LILACS, CINAHL, PEDro e ICTRP/WHO. Nenhuma restrição de idioma, ano de
publicação, status de publicação ou outras foram consideradas. Seleção de
estudos e Mapeamento de dados: Dois autores selecionaram
independentemente os estudos a serem incluídos e mapearam os dados usando
um formulário de extração de dados. Resultados: Nesta revisão foram incluídos
30 estudos. O exercício e os agentes eletrofísicos foram as intervenções pós-
cirúrgicas mais relatadas. Acidentes de trânsito foram a causa de lesão mais
citada em pacientes jovens do sexo masculino, sua maioria com nível de lesão
global. As cirurgias mais frequentes foram a neurotização a enxertia nervosa. A
maior parte dos estudos foram coortes retrospectivas, séries de casos e relatos
de casos. Desfechos como força, função e amplitude de movimento foram os
mais relatados e avaliados pela Escala MRC e o questionário DASH. O follow-
up mais frequente entre os estudos foi de seis meses após a cirurgia.
Conclusão: Nesta revisão foram sumarizadas as opções de intervenções
fisioterapêuticas relatadas na literatura para a reabilitação pós cirúrgica da LPB.
Neste contexto, é ressaltada a necessidade de intervenções frequentes e a
possibilidade de propostas de intervenções combinadas. A ausência de ensaios
clínicos randomizados e a falta de informações detalhadas sobre os processos
da reabilitação propostos representam desafios no estabelecimento de
evidências robustas e práticas padronizadas.