Cartilhas sobre o transtorno do espectro autista para a educação: uma análise sob a ótica da neuroeducação.
Abstract
O Transtorno do Espectro Autista (TEA) é um transtorno do
neurodesenvolvimento comum que atinge entre 1% e 2% da população
mundial. Entre suas características comuns estão os déficits cognitivos
centrais em comunicação, interação social, padrões de comportamento
restritivos e repetitivos. A amplitude de questões que envolvem esse
transtorno necessita de um olhar atento dos profissionais da educação,
cabendo destacar a importância dos conhecimentos que estão sendo
produzidos em Neurociências, Psicologia e Educação, que juntos são
compreendidos como fenômenos de pesquisa da Neuroeducação. A educação
inclusiva, baseada nestes conhecimentos, auxilia na escolarização como um
instrumento transformador na vida de um aluno autista, pois grande parte do
seu tempo ele passa na escola. Nesse contexto, a cartilha é uma boa
estratégia para simplificar o conhecimento científico para uma linguagem mais
popular e acessível, tendo em vista a necessidade de ampliação dos
conhecimentos no âmbito escolar que envolvem o TEA. Este trabalho de
conclusão de curso se fundamentou em uma pesquisa qualitativa, de natureza
exploratória, de estratégia de revisão bibliográfica-narrativa, com a
interpretação das informações sujeitas à subjetividade dos autores e o estudo
foi organizado segundo a análise do conteúdo. Nosso objetivo buscou
identificar e analisar as cartilhas sobre o autismo para a educação sob a ótica
da Neuroeducação. Para tal, buscamos cartilhas disponíveis na plataforma
eletrônica do Google Acadêmico e nesta análise nos empenhamos em
relacionar os parâmetros dos 14 princípios de Tokuhama-Espinosa para a
Neuroeducação com as práticas de ensino voltadas ao autismo. Inicialmente
foram identificadas 34 cartilhas sobre o TEA produzidas e disponibilizadas
entre 2013 e 2023, todas apresentam informações muito relevantes. Destas,
11 cartilhas sistematizam conteúdos que envolvem a educação e o
conhecimento sobre o TEA. Ao final de nossa análise, constatamos que
nenhuma cartilha para a educação cita explicitamente as contribuições da
Neuroeducação, de acordo com os 14 princípios da Tokuhama-Espinosa, que
possam impactar no processo de aprendizagem das pessoas com autismo.
Com os resultados alcançados consideramos que se faz necessário
aprofundar a perspectiva da Neuroeducação nos materiais que tem como
objetivo chegar aos profissionais de educação, especialmente os que atuam
diretamente com alunos com TEA. Ao verificarmos que a Neuroeducação
ainda precisa ser melhor divulgada e sistematizada nas cartilhas eletrônicas
para o autismo, esperamos que este trabalho seja um material de apoio para
que outras pesquisas possam refletir, construir e reconstruir, cartilhas sobre o
autismo com base nessa abordagem mais integradora da educação.