Efetividade de um programa on-line de treinamento em dor (ted-on) para fisioterapeutas.
Resumen
Introdução: A dor é uma das principais queixas de pessoas que procuram por
serviços de saúde. As estimativas de prevalência variam de 10% a 55% em países
desenvolvidos e de 10% a 29% na população geral em países em desenvolvimento.
A dor crônica (DC) afeta negativamente a qualidade de vida geral, a participação social
e o bem-estar psicológico, sendo considerada como a principal causa de incapacidade
em todo o mundo. Considerando o impacto que a dor crônica pode ter no sistema de
saúde e na sociedade, é importante que os profissionais de saúde, incluindo os
fisioterapeutas, sejam treinados de forma adequada durante a sua formação
profissional. A insuficiência no treinamento e no conhecimento sobre dor pode
contribuir para a menor confiança relatada pelos profissionais no manejo adequado
da pessoa com a dor. Objetivos: Este estudo tem como objetivo verificar a eficácia
de um programa online de educação em dor para fisioterapeutas sobre o
conhecimento da dor e investigar a percepção profissional de atitudes e barreiras
durante a implementação em sua prática clínica. Métodos: Ensaio controlado
aleatorizado sobre um programa de treinamento online sobre o manejo da dor para
fisioterapeutas. Os participantes foram fisioterapeutas, brasileiros, com registro
profissional de classe ativo, que atendessem pessoas com dor musculoesquelética
em sua prática profissional e que tivessem acesso à internet. A randomização ocorreu
de forma online, onde os participantes foram alocados em Grupo Controle (cartilha)
ou Grupo TED-ON (videoaula). Os desfechos foram avaliados imediatamente após a
intervenção e após 6 e 12 semanas, através da versão brasileira do Questionário
Neurofisiológico da Dor (NPQ), da versão para profissionais do Inventário de Atitudes
frente à Dor Versão Breve (IAD-Breve) e de um questionário autoaplicado sobre a
percepção profissional de atitudes e barreiras durante a implementação. Resultados:
Manifestaram interesse em participar da pesquisa 1114 voluntários, onde destes 321
responderam o questionário inicial. Após os critérios de inclusão e exclusão, foram
recrutados um total de 211 indivíduos, randomizados em dois grupos: controle (n=105)
e intervenção (N=106). Não foram observadas diferenças estatisticamente
significativas entre os grupos em nenhum dos momentos avaliados. Entretanto, o
grupo intervenção demonstrou resultados superiores para a percepção da confiança
na avaliação de pacientes com dor musculoesquelética e uso de instrumentos
avaliativos, imediatamente após a intervenção. Conclusão: Ambas intervenções
demonstraram aumento no conhecimento neurofisiológico da dor e nas mudanças de
atitudes frente à dor, além do aumento na percepção de confiança na aplicação do
aprendizado na prática clínica.