O conhecimento de mulheres acerca de violência obstétrica e seus impactos.
Abstract
Introdução: A Violência Obstétrica (VO) é uma questão de saúde pública e pode ser
compreendida como todo tipo de violência realizada contra mulheres no ciclo
gravídico-puerperal. Objetivo: Verificar o conhecimento de mulheres acerca de VO e
como estas informações se caracterizavam. Método: Pesquisa descritiva, quali-
quantitativa aprovada pelo CEP do IFRJ (parecer no5.859.761), realizada em 2023,
Brasil, cuja coleta de dados envolveu preenchimento anônimo de um formulário
eletrônico contendo perguntas abertas e fechadas. Participaram do estudo 120
mulheres, sendo 60 do Grupo A (GA) e 60 do Grupo B (GB), cujos critérios de inclusão
foram: (GA) ser mulher e ter tido, ao menos, uma gestação nos últimos cinco anos;
ser brasileira; e ter idade entre 21 a 35 anos; (GB) ser mulher e não ter tido experiência
de gestação; ser brasileira; e ter idade entre 21 a 35 anos. Foram utilizados os
seguintes blocos temáticos: (1) Dados biopsicossociais da participante; (2)
Conhecimento prévio sobre violência obstétrica; (3) Reconhecimento da violência
obstétrica; (4) Caracterização da violência obstétrica; (5) Papel e presença do
acompanhante durante o período gestacional; (6) Impactos da violência obstétrica na
sexualidade e (7) Importância de saber sobre violência obstétrica. Os dados foram
compilados e utilizou-se o método de análise de conteúdo, baseado em pré-análise,
exploração do material, inferência e interpretação. Resultados: A idade média das
participantes do GA foi 27,5 anos e do GB 24,9 anos. 58 (96,7%) participantes do GA
apontaram que já ouviram falar sobre VO e no GB, 59 (98,3%). Apesar dos grupos
não diferirem quanto ao conhecimento sobre VO, observou-se que a compreensão
acerca deste conceito não se deu de forma integral, estando mais vinculada às
dimensões de violência física e de direitos, e menos às de violência institucional,
sexual ou moral. Considerações Finais: Compreende-se que há necessidade de
estudos atualizados e aprofundados a respeito de violência obstétrica, espaços para
divulgação de informações sobre o assunto e debates, seja através da mídia
tradicional ou redes sociais, e campanhas governamentais que reiterem a importância
da educação em saúde sobre essa temática.